ATA DA TERCEIRA REUNIÃO ORDINÁRIA DA SEGUNDA COMISSÃO REPRESENTATIVA DA DÉCIMA SEXTA LEGISLATURA, EM 15-01-2014.

 


Aos quinze dias do mês de janeiro do ano de dois mil e quatorze, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Comissão Representativa da Câmara Municipal de Porto Alegre. Às nove horas e quarenta e cinco minutos, foi realizada a segunda chamada, respondida pelos vereadores Fernanda Melchionna, Guilherme Socias Villela, Idenir Cecchim, Jussara Cony, Márcio Bins Ely, Mario Fraga, Paulinho Motorista e Professor Garcia, titulares, e Clàudio Janta, não titular. Constatada a existência de quórum, o Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Reunião, compareceram os vereadores Alberto Kopittke, Bernardino Vendruscolo, Delegado Cleiton e Reginaldo Pujol e a vereadora Séfora Mota, titulares, e a vereadora Lourdes Sprenger, não titular. Após, foi apregoado o Ofício nº 039/14, do Prefeito, encaminhando Veto Total ao Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 013/12 (Processo nº 0604/12). Do EXPEDIENTE, constaram: Ofícios s/nº, do Fundo Nacional de Saúde do Ministério da Saúde, emitido no dia quatro de setembro de dois mil e treze; s/nº, de Cecília Monteiro de Oliveira, da Coordenação-Geral de Convênios – CGCC/SPPE/TEM; e nº 1695/13, de Jair Fernando Niño Porto Alegre, Coordenador do Projeto Copa 2014 da Gerência de Filial de Desenvolvimento Urbano e Rural de Porto Alegre da Caixa Econômica Federal. Ainda, foi apregoado Comunicado de autoria da vereadora Jussara Cony, Líder da Bancada do PCdoB, informando, nos termos do artigo 83, parágrafo único, do Regimento, que Sua Senhoria substituirá o vereador João Derly na titularidade da Comissão Representativa nas reuniões dos dias quinze, dezesseis, vinte e dois, vinte e três, vinte e nove e trinta de janeiro do corrente. Em COMUNICAÇÕES, pronunciaram-se os vereadores Clàudio Janta, Bernardino Vendruscolo, Delegado Cleiton, Fernanda Melchionna, Idenir Cecchim, Jussara Cony, Márcio Bins Ely, Mario Fraga, Paulinho Motorista, Professor Garcia, Reginaldo Pujol e Alberto Kopittke. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciaram-se os vereadores Clàudio Janta, Idenir Cecchim, Alberto Kopittke, Bernardino Vendruscolo e Reginaldo Pujol e a vereadora Fernanda Melchionna. Durante a Sessão, foi registrada a presença, neste Plenário, do vereador Fernando Vilande, Presidente da Câmara Municipal de Palmeira das Missões. Às onze horas e quarenta e quatro minutos, o Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os vereadores para a Reunião Ordinária de amanhã, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos vereadores Professor Garcia e Delegado Cleiton e pelos vereadores Guilherme Socias Villela e Márcio Bins Ely. Do que foi lavrada a presente Ata, que, após distribuída e aprovada, será assinada pelo 1º Secretário e pelo Presidente.

 

 


O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): Queremos registrar a presença do Ver. Clàudio Janta e do Presidente da Câmara Municipal de Vereadores de Palmeira das Missões, Ver. Fernando Vilande. Por gentileza, Vereador, para a identificação da nossa TVCâmara, gostaria de que V. Exa. se levantasse. É um prazer recebê-lo aqui. Esta Casa é sempre sua. O Vereador veio conhecer o modelo da Rádio Web, para tentar implantar na sua Câmara Municipal. Desejamos sucesso. Parabéns.

Passamos às

 

COMUNICAÇÕES

 

O Ver. Clàudio Janta está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. CLÀUDIO JANTA: Bom-dia, Sr. Presidente, Professor Garcia; nosso Secretário ad hoc, Guilherme Socias Villela; Vereadoras e Vereadores aqui presentes; nosso visitante de Palmeira das Missões, seja bem-vindo à Capital de todos os gaúchos. Eu uso esta tribuna aqui hoje para fazer um alerta à população de Porto Alegre, já pedindo desculpas também à população de Porto Alegre. Ontem, na assembleia dos rodoviários, a categoria, por unanimidade, decidiu entrar em estado de greve. Hoje, já tivemos transtorno no Túnel da Conceição. Teremos atividades a semana inteira em outras avenidas de Porto Alegre, porque novamente a ATP, Ver.ª Fernanda Melchionna, usa os trabalhadores para extorquir o povo de Porto Alegre e a Prefeitura. A ATP fez uma proposta de cinco e pouco por cento de aumento para os rodoviários de Porto Alegre, Ver. Paulinho Motorista. Por anos, os rodoviários têm o plano de saúde, e agora a ATP fez a proposta de cinco e pouco por cento de reajuste e quer descontar o plano de saúde integral dos rodoviários. Então, dilui todo o reajuste. Na verdade, os rodoviários de Porto Alegre, pela proposta da ATP, não terão reajuste; terão um desreajuste de salário, porque todos nós sabemos qual é o preço que se paga por um plano de saúde, por mais modesto que ele seja. Então, novamente, a ATP chantageia a população e o Município de Porto Alegre e principalmente trata de forma desrespeitosa e absurda os seus trabalhadores. Além de explorar o povo de Porto Alegre com uma passagem que, mesmo com o reajuste determinado pelo Tribunal de Contas, com toda a luta do povo de Porto Alegre para baixar o seu valor, ainda continua sendo uma das mais caras do Brasil. E, agora, visando ao lucro, como os grandes empreendimentos, as grandes lojas de varejo, que achavam que ganhariam mais dinheiro abrindo o comércio aos domingos, depois eles achavam que ganhariam mais dinheiro abrindo o comércio nos feriados, e agora eles têm certeza que só vão ganhar dinheiro quando fecharem, Ver. Idenir Cecchim, o pequeno comércio. Não tem como um shopping center ou uma grande rede de lojas de material de construção ganhar dinheiro se não fechar o pequeno. E a ATP, não tendo essa concorrência, que seriam as pequenas empresas de transporte em Porto Alegre, como era antigamente – eu morava no Morro da Cruz e tinha a Santa Catarina, a Vitória, várias empresas de ônibus nós tínhamos em Porto Alegre –, criaram esse monopólio, esse pool que está na mão de duas ou três famílias, as empresas de transporte de Porto Alegre, não tendo concorrência para pegar a pequena, resolveram pegar os trabalhadores. Não conseguiram mais explorar o povo de Porto Alegre, a opção foi explorar os trabalhadores: dão um reajuste de 5% e descontam todo o plano de saúde, provavelmente, ano que vem, se isso passasse, seria retirado o almoço; no outro ano, se passasse, os trabalhadores teriam que pagar a previdência integral, e por aí vai. Então, nós vimos aqui prestar solidariedade aos rodoviários que tomaram essa decisão ontem em assembleia, pedir desculpa aos trabalhadores e à população de Porto Alegre, porque hoje mesmo o túnel estava trancado e, provavelmente, teremos amanhã, final de tarde, outras ruas em Porto Alegre, onde os trabalhadores estão buscando os seus direitos. É a única forma que os trabalhadores têm de fazer isso é se mobilizando e alertando a população que dessa vez não usarão os trabalhadores para aumentar os seus lucros e para chantagear a Prefeitura e a população de Porto Alegre. Com força e fé, vamos seguir lutando para que os trabalhadores e suas famílias tenham uma vida digna, com respeito e principalmente seus direitos adquiridos. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): O Ver. Bernardino Vendruscolo está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Presidente Professor Garcia, Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, inicio cumprimentando a todos, desejando um feliz 2014, que possamos realizar o trabalho que a sociedade espera de todos nós.

Quero aproveitar este espaço para dizer que ontem à noite fiquei sabendo que um trabalho turístico que acontece aqui nesta Cidade, aproximadamente há 30 anos, que é o Cisne Branco, recebeu uma notificação onde ele tem o prazo de 15 dias e, depois, terá que aguardar por quatro ou cinco anos para retornar, quando da conclusão da revitalização do Cais do Porto. Nos parece, evidentemente, inadequado, acho que há condições de contemplar o trabalho que o Cisne Branco vem realizando. Convidei a direção do Cisne Branco para que viesse a esta Casa no dia de hoje conversar com os senhores e com as senhoras. Eles ainda não chegaram, mas eu quero comunicar, Presidente, que nós vamos recebê-los. Vejo com pouquinho de preocupação, é um trabalho particular evidentemente, mas é muito conhecido em Porto Alegre, e nós precisamos ter essa clareza e observar que uma empresa, um negócio não pode aguardar quatro ou cinco anos. Eu espero que a gente tenha condições de atendê-los. Eu pedi que ela trouxesse essa notificação. Então, fica aqui o registro e o convite para mais tarde os Vereadores e o Presidente da Casa apreciarem esse assunto. É um convite para nos unirmos, porque me parece que, ainda que seja um negócio particular, está tão atrelado à nossa Cidade – o turismo náutico – que não vejo por que não fazer um esforço para tentar acomodar.

Eu quero fazer não um desabafo, mas um registro da opinião que ouvi de algumas pessoas neste recesso durante o qual tive oportunidade de viajar, sobre as questões de Porto Alegre. Há, com certeza, uma campanha, Cecchim – e aqui não fala um Vereador da oposição nem da situação –, até porque é um ano atípico, um ano eleitoral, e as informações negativas se propagam com mais facilidade. Há pouco, vi aqui a representação externa da imprensa, e quero saudar, inclusive, o Jornal do Comércio, que está aqui diariamente. Mas quero fazer um apelo para que façamos um esforço para publicizarmos também as coisas boas que acontecem aqui. Volto a dizer: aqui não fala um Vereador da oposição ou da situação. Há a necessidade de mostrar o que não está acontecendo, o que está demorando para acontecer – sabemos disso –, mas também há a necessidade de mostrar as coisas positivas. Nós, da classe política, precisamos trabalhar nesse sentido, apelando para que os veículos de comunicação, a imprensa de um modo geral, mostrem os dois lados da história: aqueles que trabalham, aqueles que se dispõem a tentar resolver as questões, e critiquem profundamente aqueles que não têm este compromisso.

Então, iniciando o ano, desejo a todos um feliz 2014, com muito trabalho. Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): O Ver. Delegado Cleiton está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. DELEGADO CLEITON: Sr. Presidente, Sr. Secretário, é um prazer estar aqui. Sr. Presidente, quando substituí V. Exa. na última Reunião, falei do prazer que tenho por fazer parte dessa Mesa e do sonho que temos em conjunto, meu querido Prefeito Villela, de transformar esta numa gestão profícua, numa grande gestão em benefício de Porto Alegre e da sua população. Srs. Vereadores, senhores funcionários desta Casa, público que aqui nos assiste, público que nos assiste pela TVCâmara, saúdo a todos. Gostaria também de saudar o colega Fernando, policial e Vereador em Palmeira das Missões. Trabalhei em várias cidades, nesses 23 anos em que trabalho como delegado, e sempre tinha um representante da polícia civil no parlamento; o que significa que a Polícia Civil no Interior, nesse rincão do Rio Grande do Sul tem uma influência muito forte, participativa e comunitária. Numa cidade onde eu trabalhei havia três Vereadores e os três eram policiais. E eu cobrava deles também trabalho na polícia, não só na vereança, Ver. Idenir Cecchim.

Às vezes eu conto aqui algumas histórias, as que fazem parte dos meus 50 anos de vida, histórias como a de que eu fui cobrador de ônibus com 14 anos, a história de que eu estudei não como interno, mas estudei na antiga Febem. Conto algumas histórias e o pessoal até ri de algumas situações e pergunta: “Mas tu participou disso? Participou daquilo?” Outro dia estava conversando com a Ver.ª Fernanda Melchionna sobre capoeira e eu comentei: “Fernandinha, eu pratiquei capoeira muitos anos, quando a capoeira veio para o Rio Grande do Sul.” E vou contar mais uma história: quando eu era adolescente eu tive uma banda de rock; o Paulinho, o Sandro, o Luciano e eu, o Paulinho, o Sandro e o Luciano. Então de vez em quando nós nos apresentávamos na sacada da casa do Luciano e enchia a rua, a calçada, da gurizada, da juventude para nos ver tocar. Por que conto essa história? Porque hoje nós estamos vendo, de repente, um fenômeno, um movimento social novo que temos que avaliar muito bem, muito bem avaliado que são os rolezinhos. Estão discutindo em São Paulo, Rio de Janeiro e se não me engano no Rio de Janeiro um juiz deu uma liminar proibindo que jovens da periferia entrem nos shopping centers. Isso vem evidenciar a falta de espaço público para a juventude e a gente vê, há pouco tempo um menino faleceu aqui, um esqueitista, recebi vários e-mails o menino esqueitista, faleceu porque no seu bairro não tinha uma pista de skate, não foi privilegiado em ter um vereador que lutou por uma pista de skate como o Ver. Mario Fraga fez lá em Belém Novo, não tinha e foi atropelado. Em várias situações em que não existe um espaço hoje, por esta carência de espaço e por uma carência também de investimentos na juventude porque essa juventude que vai aos shoppings tem um poder muito forte de mobilização. Pasmem os senhores proprietários de lojas, essa juventude pega o seu salarinho de office boy e vai gastar nos shoppings. Não? Vejam nas lojas de skate, nas lojas de surf porque também tem aquele sentimento de que a gente pode, se trabalha pode buscar ter algo que nos foi tirado. De repente poder usar uma camisa de grife, poder usar um calção de grife, poder usar um skate de marca e não só o “Bandeirantes” que eu usava quando tinha 14, 15 anos. Eu também já andei de skate, Ver. Janta.

 

O Sr. Clàudio Janta: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Delegado Cleiton, Bandeirantes é mais velho que a Conga. Mas eu queria dizer que a maioria desses jovens que sofrem esse preconceito nos shopping centers estão usando produtos comprados no shopping center; quando eles entram para adquirir o produto, aí não tem classe social, não tem cor, não tem tamanho, não tem nada, e quando eles querem usufruir da praça de alimentação, usufruir do cinema, como muitas pessoas usufruem do shopping center, até do próprio ar condicionado...

 

O SR. DELEGADO CLEITON: Um espaço que é público.

 

O Sr. Clàudio Janta: É público, é uma concessão pública, então existe esse preconceito, existe essa arrogância com os filhos de trabalhadores, existe essa arrogância com as pessoas pobres; parece que quando a gente vai ao shopping center a gente está indo a um grande evento, a um casamento, a uma formatura, tem que ter roupa adequada, e isso temos que repudiar, que algumas empresas de Porto Alegre, não são todas, ajam desta forma com o povo de Porto Alegre.

 

O SR. DELEGADO CLEITON: Ver. Clàudio Janta, nós temos que, realmente, combater a violência, não podemos transformar essa expectativa dos jovens de periferia de poder utilizar o espaço público que é do shopping center em espaço de violência. É não deixar que se criem elementos, que se infiltrem e transformem esta ação que é uma ação de estar junto, presente, com amigos, e conhecer gente nova, numa transformação em atos de violência, isso repudiamos, é claro, mas utilizar um espaço que é público para uma manifestação e para um encontro, isso nós vimos em vários lugares, em vários postos de gasolina inclusive, em bairros nobres aqui de Porto Alegre. Eu já passei em postos de gasolina em bairros nobres, com carros e motos de grandes cilindradas e meninos bebendo, sendo vendida bebida alcoólica naqueles espaços, e aí podia, e aí os rolezinhos, que são de periferia, de bonezinho... Aqui em Porto Alegre tinha bares que não deixavam entrar pessoal com bonezinho. Isso é uma verdadeira discriminação, isso é o que não queremos, perder o direito de ir e vir. Obrigado, senhores.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): Obrigado, Vereador. A Ver.ª Fernanda Melchionna está com a palavra em Comunicações.

 

A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, na verdade, primeiro, gostaria de lamentar profundamente o Veto Total do Executivo a um projeto, não só construído por esta Vereadora, mas um projeto encomendado pela Associação Gaúcha de Escritores que trata de estimular o fomento, a leitura, a valorização dos profissionais que nos alegram, nos entristecem com as suas palavras, que são os escritores, que foi votada por unanimidade nesta Casa, apoiada por todas as Bancadas, que inclusive o Governo estava presente porque tem seus assessores nesta Casa, nós falamos com o Líder do Governo, e nos surpreende que venha o Veto Total a uma matéria tão importante para Cidade de Porto Alegre, a uma matéria relevante aos escritores, e ao mesmo tempo uma matéria claramente constitucional. Esta Casa várias vezes trata de isenções tributarias, inclusive muitas das quais com o nosso voto contrário porque trata da isenção tributária para os grandes, e os grandes no Brasil conseguem isenções tributárias gigantes, conseguem negociações exorbitantes com o BNDs, conseguem mundos e fundos enquanto o pobre o trabalhador, a classe assalariada se rala e é na prática quem mais paga imposto proporcionalmente no nosso País, e mesmo com todos esses argumentos muito nos surpreende o Veto do Governo Municipal, Veto que vamos anunciar nas redes sociais, avisar os ativistas e certamente haverá mobilização nesta Câmara, em fevereiro, para que o projeto seja mantido, e espero que os Vereadores mantenham o seu voto no projeto para que a gente possa derrubar o Veto e garantir uma política efetiva de leitura na Cidade de Porto Alegre. Em segundo, complementar esse debate que o Ver. Clàudio Janta trouxe na tribuna em relação à chantagem que faz a ATP e as empresas de ônibus de Porto Alegre, empresas que nunca foram licitadas, que funcionam há 25 anos sem contratos, sem instrumentos jurídicos com o Município de Porto Alegre, que apresentam claros indícios de cartelização no setor, que têm, infelizmente, nos anos sucessivos, a canetas dos Prefeitos avaliando e reforçando as aumentos abusivos das passagens e que foi fruto de uma mobilização no ano de 2013 que empoderou os jovens e ao mesmo tempo os rodoviários do nosso Município e espalhou pelo Brasil um movimento conhecido como o Levante de Junho. Nós não temos dúvida de que essa luta começou em Porto Alegre, e o exemplo de Porto Alegre de conquista certamente influenciou para que São Paulo, Rio de Janeiro e outras capitais saíssem às ruas contra os aumentos abusivos das passagens, contra essa lógica de destinar bilhões para estádios para a Copa do Mundo, enquanto a saúde e a educação seguem sucateadas; contra os partidos e as instituições apodrecidas do regime político brasileiro e a luta por mais democracia.

Então, nós estamos vendo atentamente esse movimento que a patronal faz sobre o Município de Porto Alegre, tentando chantagear os rodoviários e usá-los como objeto, para tentar conquistar aumentos abusivos das passagens. Por isso é muito importante que a categoria esteja atenta, esteja denunciando esse golpe patronal, esteja denunciando que eles seguem sem licitação, que o Governo Fortunati, que há oito anos vem prometendo licitação, mais uma vez não cumpriu a sua palavra, que nós seguimos com o transporte sem controle social, sem contratos, funcionando de maneira irregular e ilegal, e com uma qualidade de transporte duvidosa, e os trabalhadores seguem com seus salários arrochados. E é obvio que é uma mentira que as empresas funcionam no vermelho. Ao contrário, nós sabemos que esse negócio do transporte coletivo é altamente lucrativo, e por isso eles não “querem largar o osso”; por isso não querem licitação. Infelizmente, este Governo que defende interesses privados não fez a licitação que o povo tanto almeja. Então, eu queria alertar da importância da mobilização e desse alerta dos rodoviários, para que não caiam no papo da patronal; da importância de o movimento social começar a se organizar, para que não haja nenhum aumento das passagens e a importância da pressão da sociedade, repetindo a mobilização que nós fizemos no ano de 2013.

Eu também queria, Sr. Presidente, cumprimentar a intervenção do Ver. Delegado Cleiton. Eu acho que esse fato, essa tentativa de criminalizar os rolezinhos, de criminalizar a juventude pobre, da periferia do País afora é, infelizmente, um caso claro de apartheid social. Nos shoppings, os negros, pobres da periferia, os que gostam do funk, não podem entrar, não podem se organizar. E os shoppings centers vão até a Justiça tentar conseguir liminares para proibir esse movimento cultural e social dos jovens que, sim, estão lutando por direitos; que, sim, estão lutando contra a discriminação; que, sim, estão lutando contra o racismo. Quando, muitas vezes, nós falamos do racismo no Brasil, muitos dizem que não existe racismo, mas isso já acabou, quando nós vemos esses fatos lamentáveis, segregacionistas e violentos contra a população periférica, nós vemos que, infelizmente, o racismo ainda existe e é necessário fortalecer a luta para derrubá-lo e acabar com o racismo de fato. Queria agradecer a atenção de todos. Muito obrigada, Sr. Presidente.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): O Ver. Idenir Cecchim está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. IDENIR CECCHIM: Sr. Presidente, Ver. Professor Garcia, que bom ser presidido por V. Exa.; fico muito feliz por isso. Ver. Villela, colegas Vereadores, Vereadoras, eu quero dizer, em primeiro lugar, que concordo que cinco e pouco por cento é pouco, Ver. Janta. A chantagem, não sei se é esse o termo, mas, certamente, se isso acontece, é porque foi copiado do Governo Federal, que deu 5,9% aos aposentados. O Governo do Lula, da Presidente Dilma, e foi anunciado, na Voz do Brasil, que o Governo Federal deu para os aposentados mais de 5,5% para quem ganha mais do que um salário mínimo, como se isso fosse uma grande coisa. Então, Ver. Janta, quero ser solidário com V. Exa., mas quero dizer que os aposentados já estão sendo arrochados com cinco e pouco por cento há muito tempo e, ainda mais, eles pegam o tal do fator moderador, o fator previdenciário, que na realidade é um fator “diminutário”, só diminui. Eu queria pedir para a Ver.ª Fernanda, se fosse possível, trazer o modelo de ônibus de Macapá, onde o Prefeito é do Partido de V. Exa, para ver como é a licitação de lá, quantos anos têm os ônibus que andam nessa cidade lá sem licitação. Eu quero dizer que concordo, que tem que ter licitação. Se a senhora puder nos trazer o exemplo, talvez isso possa nos ajudar bastante.

 

O Sr. Clàudio Janta: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Idenir Cecchim, o senhor falou com muita propriedade. Isso não aconteceu só este ano. O Governo Federal, há mais de seis anos, vem arrochando os proventos dos aposentados; não somente dos aposentados, ele vem arrochando o salário dos trabalhadores que dependem do seguro desemprego, vem tirando o dinheiro dos trabalhadores do depósito do Fundo de Garantia, corrigindo tudo isso: o salário do aposentado, o seguro desemprego e o Fundo de Garantia abaixo da inflação. Isso leva o nosso Partido a não participar de nenhuma coligação em que esteja junto um Governo que não encaminhou o fator previdenciário, que não encaminhou a redução da jornada de trabalho e que vem anualmente arrochando o salário dos trabalhadores. Pena que não temos nenhum membro da Bancada do PT aqui para discutir este assunto conosco, porque o Governo reanuncia um reajuste para os aposentados e nem sequer paga o reajuste dos remédios contínuos. V. Exa. pegou um ponto essencial nessa questão de vida, de dignidade dos aposentados e pensionistas brasileiros.

 

O SR. IDENIR CECCHIM: Ver. Janta, a falta da Bancada do Governo Estadual aqui, da maioria da Presidente Dilma também, eu sei o que é: deve ser uma queda nos “quilowats”.

 

A Sra. Fernanda Melchionna: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Cecchim, só para esclarecer, vou lhe trazer o exemplo de Macapá. Macapá, em 2003, foi a única Capital em que não houve aumento, muito antes das mobilizações, e que, depois, reduziu a passagem, e o senhor sabe que os empresários tentaram fazer lockout, e o Senador, o Prefeito chamaram a mobilização do povo para defender a Prefeitura contra o lockout dos empresários, coisa diferente de Porto Alegre, em que o Prefeito governa para os empresários.

 

O SR. IDENIR CECCHIM: Abaixou também. Eu tinha lhe perguntado, na realidade, Vereadora, como é funcionava a licitação em Macapá. Lá são os mesmos empresários, os mesmos ônibus há 45 anos! Igual aqui. Eu acho que tem que fazer licitação em todos os lugares.

Ver. Mário Fraga, vejo que V. Exa. está aí sorrindo porque conseguiu fazer a pista de skate lá no Belém Novo, e eu também estou torcendo para que se faça lá no Complexo do Porto Seco uma grande pista oficial de skate, porque aquele pessoal da Zona Norte toda tem que vir aqui para o IAPI, tem que pegar ônibus. Eu acho que está na hora de aproveitar, tem como fazer lá no Porto Seco uma grande pista de skate para evitar até esses atropelamentos, evitar que esses jovens andem nas ruas. Temos espaço para fazer isso. Certamente, há vontade para se fazer isso. O Prefeito Fortunati está muito atento a isso. E eu acho que isso vai ajudar muito essa juventude. Quanto aos roles, eu gostaria muito que não se criminalizasse e não se levasse para o lado racista isso e nem da pobreza, porque se viu lá em São Paulo que os que fizeram a bagunça não eram negros e não eram pobres também. Então tem que separar os baderneiros de quem quer frequentar. Aqueles de São Paulo não eram pobres e nem eram negros. Tem gente de todas as cores e de todas as classes sociais, mas os bagunceiros normalmente não são, a exemplo do que aconteceu nos protestos aqui. Aqueles que estavam de máscara não eram pobres e não eram negros. Então, não tem que separar negro e pobre de bagunceiro e pessoa honesta; tem que separar isto: bagunceiro é bagunceiro; pessoa honesta e jovem não tem cor e não tem classe social. Acho que tem que se procurar quem esculhamba. Esses não têm espaço, nem no público; esculhambador e bagunceiro, não tem local, nem na rua, para estarem. Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): Obrigado. A Ver.ª Jussara Cony está com a palavra em Comunicações.

 

A SRA. JUSSARA CONY: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras, venho a esta tribuna, no primeiro momento em que a Bancada do PCdoB está nesta Reunião Representativa, para, em primeiro lugar, cumprimentar a Mesa Diretora eleita, por unanimidade, por todos nós, liderada pelo Professor Garcia, e já agradecer, Vereador, ao seu gabinete e a toda a estrutura da Casa, que está dando um apoio importantíssimo para a realização de várias atividades importantes ligadas, não só à questão municipalista, à questão do Legislativo, mas também às políticas públicas de um modo geral, para que tenhamos sediado o Fórum Social Mundial nesta Câmara de Vereadores, com várias atividades. A Câmara Municipal de Porto Alegre é, de fato, um território do Fórum Social Mundial.

E quero agradecer, Vereador, toda a disponibilização de V. Exa., e também fazer uma referência ao nosso ex-Presidente, Dr. Thiago, que, desde o ano passado, nomeou o Ver. Janta e eu, para representarmos a Câmara de Vereadores perante o Fórum Social Mundial. E, agora, V. Exa. referenda essa indicação.

Hoje, rapidamente, vou dizer algumas coisas que acho importantes, e que se comece, inclusive, por aquelas que são referentes à participação dos Vereadores e dos legislativos municipais, e que vão acontecer nesta Casa.

Quero dizer que, sem dúvida, essa programação é desdobramento da participação desta Câmara de Vereadores tanto na Marcha dos Vereadores a Brasília, liderados pela União dos Vereadores, quanto os Vereadores delegados, dentre os quais, esta Vereadora, à 5ª Conferência das Cidades, realizada em Brasília, passando por todas as etapas, Ver. Fraga, nesta Casa, onde V. Exa., e outros, o Ver. Paulinho, participaram, e deram uma importante contribuição.

Nós vamos ter, aqui, por exemplo, sob o ponto de vista dos legislativos, um debate sobre o parlamento comum nas regiões metropolitanas. Há uma experiência de Natal, com o Ver. Jorge Câmara, que vem representando a Câmara Municipal de Natal, do Rio Grande do Norte, no significado de um parlamento das regiões metropolitanas para integração e transversalidade de políticas públicas para a sociedade. Nós vamos ter aqui a reforma urbana e o compromisso dos legislativos municipais em dar consequência às decisões da 5ª Conferência Nacional. Nós tínhamos vários Vereadores participando, como delegados desta Casa, da Conferência Nacional. Nós vamos ter aqui ideias para o Brasil avançar, que é um debate político do significado do momento em que vivemos, e como nós precisamos fazer o Brasil avançar, ainda mais no aspecto da democracia, da justiça social e ambiental, que é temática do Fórum Social Temático.

Nós vamos ter aqui uma atividade importante, liderada pela União dos Vereadores do Brasil, pela União Estadual dos Vereadores, pela Frenavru – Frente Nacional de Vereadores pela Reforma Urbana. Vamos estar aqui, esta Vereadora, o Ver. Janta, que vai trazer os Vereadores sindicalistas – acabamos de fechar essa temática –, incorporando aos Vereadores que estarão aqui, de todo o Brasil, e o Ver. Comassetto, que é o Presidente da Frenavru, assim como todos os nossos Vereadores. O Janta, o Comassetto e eu somos os responsáveis por essa atividade, junto com a União dos Vereadores do Brasil e a UVERGS. Nós vamos ter aqui as reformas estruturantes para o Brasil, com a participação desta Câmara – eu sou Presidente da Frente Parlamentar pela Reforma Política no Brasil –, e receberemos o convidado Aldo Arantes, Presidente da OAB, deputado constituinte que vem representando a OAB nacional - ele está liderando essa frente pela reforma política. Nós vamos ter aqui, também, o jornalista André Machado e o Presidente da OAB do Rio Grande do Sul.

Essas são atividades ligadas intimamente com esta Câmara Municipal, mas, mais do que isso, nós vamos ter aqui, recepcionando, um debate sobre propriedade intelectual, e o Movimento Saúde+10, que são os 10% da receita bruta da União para as ações em serviços em Saúde. Esta Câmara já sediou o Movimento Saúde+10 e deu uma valiosa contribuição. Todos os gabinetes dos Vereadores atuaram na busca de um abaixo-assinado, que chegou ao número três milhões de assinaturas, inclusive, com a participação da CNBB, da OAB, de várias entidades nacionais. Nós vamos ter aqui a COP 20, que é a Conferência das Partes, da ONU, para as mudanças climáticas, nós vamos mobilizar os movimentos sociais para participação na COP 20, que vai ser realizada na América Latina, no Peru. É uma atividade da ONU. E vamos ter aqui outras centrais sindicais que vão trabalhar, assim como a Força Sindical, a CTB e a Nova Central Sindical, sob o ponto de vista dos direitos dos trabalhadores, e essa relação com os seus Vereadores, com os Legislativos Municipais. Então, Presidente, eu finalizo, mais uma vez, agradecendo a V. Exa. e dizendo que esta Câmara é parte do território, e, sem dúvida nenhuma, os nossos Parlamentares todos estarão participando. E isso eu acho que é mais uma forma, na história da Câmara Municipal, de dizer: “A Câmara quer um novo mundo”, que é possível e necessário. Muito obrigada.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): Obrigado, Ver.ª Jussara Cony. O Ver. Márcio Bins Ely está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. MÁRCIO BEINS ELY: Ver. Professor Garcia, Vereador-Prefeito Villela, nas pessoas de V. Exas. cumprimento os demais Vereadores, Vereadoras, público que nos assiste nas galerias, pela TVCâmara, senhoras e senhores. Eu venho a esta tribuna hoje – e a nossa Comissão Representativa é responsável por tocar os trabalhados durante o recesso – fazer aqui uma reflexão a respeito das obras do Cais do Porto, hoje inclusive está na contracapa do jornal Zero Hora. (Mostra o jornal.) Eu acredito que este aqui é um sonho da Cidade, de algumas décadas. Nós temos alguns exemplos que deram certo e valorizam muito o entorno das áreas centrais, principalmente pelo que representa ali, Ver. Mario Fraga, o patrimônio cultural edificado do Cais do Porto, essa relação da Cidade com o Centro, mas, em especial, pelo fato de o Cais do Porto refazer ou fazer uma ligação da Cidade com as águas e permitir que as pessoas se apropriem daquele espaço público, urbano e coletivo, que deve agora ser qualificado, que está sendo qualificado como uma obra que acredito que reinscreva uma página importante da história da Cidade. Dali da ponta do Gasômetro até a Rodoviária nós vamos ter uma transformação, com certeza vamos estar valorizando todo aquele entorno, a exemplo do que já se viu em outras situações, como empreendimentos de shopping centers, que valorizam seu entorno, muitas vezes. Nós acreditamos que o Centro da Cidade será repaginado com a revitalização do Cais do Porto. Então quero cumprimentar todos aqueles que, de uma forma ou de outra, estão colaborando para esse processo. Quem passa pelo Monumento das Cuias até a ponta do Gasômetro já vê toda a via duplicada.

Então, ontem de manhã, na Igreja São Jorge, lá no viaduto da Av. Bento Gonçalves com a 3ª Perimetral, foi assinado o contrato, o compromisso de investimento de mais de R$ 400 milhões em obras de mobilidade. É inegável que a Cidade passa por um momento de transformação e de alguns transtornos, mas ninguém pode duvidar do fato de que, se essas obras não estivessem sendo realizadas agora, nós estaríamos chegando a um colapso em determinadas regiões da Cidade. É verdade que alguns problemas e algumas dificuldades estão surgindo; algumas necessidades têm que ser sanadas, algumas obras estão com os prazos atrasados, mas se não fossem essas transformações que ficarão como um grande legado, muitas delas em função da Copa do Mundo, talvez Porto Alegre tivesse gargalos insanáveis no que diz respeito, principalmente, à mobilidade urbana.

Então, ao caminharmos nas ruas, percebemos que estão brotando ciclovias, duplicações de vias, os viadutos estão surgindo, talvez não dentro do cronograma, mas se não fosse a visão, o planejamento, o diálogo como o futuro dos gestores que estão preparando as transformações da Cidade, talvez chegássemos a um esgotamento. E a gente percebe que é mais ou menos o que aconteceu ali na Rodovia do Parque, pois se não fosse ela nós teríamos quase um colapso na BR-116. E é isso que vai acontecer, gradualmente, em Porto Alegre, a médio e longo prazo, com tudo o que vem acontecendo. E isso nós entendemos de maneira muito positiva.

Hoje eu tive aqui uma questão envolvendo uma crítica a ciclovias, mas é inegável que elas estão na agenda positiva da Cidade; as bicicletas estão aí para quem quiser ver. E cada dia aumenta um ponto de locação. Hoje as pessoas têm a possibilidade de reclamar das ciclovias porque elas existem. Porque, se elas não existissem, não estavam reclamando delas. Foi porque, corajosamente, discutiu-se um Plano Diretor Cicloviário, priorizou-se o modal de transporte que é a bicicleta, que talvez seja o mais utilizado no mundo todo, como algo a ser implementado na Cidade, mesmo que, há alguns anos, não se tivesse pensado na possibilidade de implementar ciclovias em Porto Alegre. Então, que bom que a gente está enfrentando cada um dos novos desafios, cada página nova da história da Cidade que a gente está querendo reescrever. Que bom que as críticas estão surgindo. Estão aí as redes sociais para nos ajudar, mas nós temos que fazer aqui também uma autocrítica e dizer que é óbvio que algumas vezes os problemas surgirão. Para concluir, quem aqui não vai duvidar de que nós vamos ter alguns problemas, que um turista vai ser assaltado, que um taxista vai ter algum problema? Mas nós estamos aqui para tentar acertar, junto contigo, que está aí acompanhando as transformações da Cidade, que acredita em um futuro melhor, que acredita na construção de uma sociedade mais justa.

Fica aqui a nossa mensagem, então, para aqueles que, dialogando com o futuro, acreditam na transformação, na construção de uma Cidade melhor, cada vez melhor, e de um amanhã promissor para Porto Alegre. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): O Ver. Mario Fraga está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. MARIO FRAGA: Ver. Professor Garcia, Presidente da Casa; Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, público que nos assiste nas galerias, público que nos assiste pela TVCâmara, vejam como é importante este momento que nós temos aqui, nas reuniões do mês de janeiro, quando muitas pessoas pensam que os Vereadores não estão trabalhando. Tanto é, Ver. Paulinho Motorista, que todos os Vereadores que estão aqui falaram e gostariam de falar um pouco mais, Professor Garcia. Então, este espaço que nós temos aqui, em janeiro, é superimportante. Teria diversos assuntos, mas o assunto que me prende hoje, além de dizer que aquela ideia do Idenir Cecchim, da pista de skate lá no complexo de carnaval, lá no Complexo Porto Seco, uma pista de skate para toda a Cidade, seria como se fosse um estádio municipal, Professor Garcia, uma pista de skate municipal, e todos os esqueitistas de Porto Alegre poderiam ir lá, ao Complexo. Então, passo essa ideia para o Secretário Luizinho Martins, que é o Secretário que é o meu padrinho da pista de skate lá em Belém novo, e agora a pista de skate lá, Ver. Paulinho Motorista, V. Exa. sabe, está completa, ela está com iluminação, com os bancos, com a limpeza urbana. E, agora, a gurizada, nesse fim de semana, ficou quase até a meia-noite. Não só a gurizada, mas também temos muitos adultos lá que frequentam a pista de skate.

Mas a notícia do dia, não poderia ser diferente, são as obras, Ver. Paulinho, que serão legados da Copa. Falamos tanto sobre o benefícios dessas obras e ainda havia gente que era contrária à Copa do Mundo no Brasil, em especial aqui, no Rio Grande do Sul. Então, ontem, mais contratos foram assinados, verba de R$ 424 milhões que veio do PAC, em nível Federal. Ver. Paulinho, V. Exa. sabe, como eu, que somos humildes e viemos das nossas lutas – a maioria aqui já nos conhece e está conhecendo V. Exa. agora – que nós não temos noção do que são R$ 424 milhões. Além desses R$ 424 milhões, nessas obras, Professor Garcia, já foram gastos quase R$ 800 milhões. Vejam, para nós, em especial nós do Extremo-Sul, e o Professor Garcia também frequenta, a obra do entorno do Beira-Rio vai nos beneficiar muito e vai beneficiar a todos da comunidade. O entorno da Av. Padre Cacique e atrás, a Av. Beira Rio, hoje, já está fluindo um pouco mais, mas eu tenho certeza que, daqui um tempo, em especial, Ver. Paulinho, depois da Copa, para nós, do Extremo-Sul e da Zona Sul, vai ficar excelente. E a obra que também vamos usar bastante é o Viaduto São Jorge, esse nome foi colocado por sugestão do Ver. Nedel. Então, ontem, meu amigo Leo, chegaram mais R$ 424 milhões para as obras aqui em Porto Alegre, para obras específicas, que são o entorno da Beira-Rio, a Av. Tronco, a duplicação da Av. Voluntários da Pátria, o Viaduto São Jorge, a Av. Severo Dullius, os corredores de ônibus na Av. Protásio Alves, na Av. Osvaldo Aranha, na Av. Bento Gonçalves, na Av. Assis Brasil. Este momento é especial para Porto Alegre, no mês de janeiro, começando o ano de 2014, chegando, assinando mais um contrato, com o PAC, de R$ 424 milhões, da Caixa Econômica Federal, dinheiro federal, mas tem a contrapartida do Governo Municipal, aliás, contrapartida essa que já foi investida nesses empreendimentos. Tenho certeza que quem era contrário à Copa se realizar em Porto Alegre, hoje, está vendo que nós teremos muitos e muitos benefícios após a Copa. Para mim, que gosto de esporte, gosto muito que a Copa tenha vindo para cá, mas, neste momento, como porto-alegrense e como Vereador desta Cidade, eu quero mais é que passe a Copa de junho e julho, e que setembro e outubro cheguem aqui com todas obras concluídas, ficando para a nossa Cidade o legado da Copa do Mundo.

Eu quero dar os parabéns, mais uma vez, ao Prefeito Fortunati, e, em especial, ao Secretário de Gestão, esta pessoa que é um técnico da Prefeitura, que pouca gente conhece, que não tenta se mostrar, não tenta aparecer, o Secretário Urbano Schmitt; este Secretário que veio do Banrisul para ajudar o Prefeito Fortunati, já ajudou antes o Prefeito Fogaça. Então dou os parabéns, e também ao Secretário de Obras do Município de Porto Alegre, que acompanhará todas essas obras, que é o Secretário Mauro Zacher, em especial pelo que ele está fazendo lá no Extremo-Sul, que foi um pedido daquela comunidade, do Ver. Mario Fraga, do Ver. Paulinho, do Ver. Delegado Cleiton e do Ver. Dr. Thiago, aquela repavimentação da Av. Juca Batista. Hoje ela está chegando já no loteamento Chapéu do Sol, e nós precisamos solicitar ao Secretário Mauro Zacher que ela vá até Belém Novo. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): O Ver. Paulinho Motorista está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. PAULINHO MOTORISTA: Bom-dia, Presidente Professor Garcia; nosso Vereador e sempre Prefeito, Villela; demais Vereadores, pessoas que nos assistem nas galerias e em casa. Em primeiro lugar, eu vou falar sobre a situação dos rodoviários, que, mais uma vez, estão enfrentando nesse dissídio. Com certeza, estou sempre ao lado da minha classe rodoviária, porque me sinto até hoje, durante todos esses anos que trabalhei, como um motorista. Eu sou um motorista e trabalho, com certeza, sempre em prol da minha categoria; jamais darei as costas aos meus colegas, com quem convive por vários anos na minha profissão de motorista. E quero dizer que, entra ano e sai ano, sempre esse lenga-lenga desse reajuste, sempre absurdo, que querem dar para as categorias nos dissídios. Essa categoria está com salário cada vez mais defasado. É uma profissão que tanto o motorista quanto o cobrador passam o dia com esses tabelões, com essa carga horária tremenda, com esse compromisso que o motora tem no trânsito. Se o motora bate em algum carro ou tem algum acidente como muitas pessoas às vezes pensam “ah, isso aí não vai acontecer nada, é a empresa que vai pagar o prejuízo”. Não! vai ser descontado, com certeza, do motorista, que vai se incomodar para desvendar que ele não foi o culpado. Ele já trabalha naquela pressão do dia a dia do trânsito, vai ser cobrado da empresa e vai ter que pagar aquele prejuízo. E eu acho que cada vez a categoria só tem é que atender as ordens de “não faz isso, não faz aquilo, não faz aquele outro”. E, hoje em dia, as empresas estão tendo – como a Ver.ª Fernanda e o Ver. Janta falaram – cada vez mais lucros. E sei, desde a época em que iniciei como motorista, que eles têm um bom lucro, e não falo de boca porque tenho propriedade no assunto. Então, eu quero dizer que a classe rodoviária tem que ser pensada porque ela acaba sendo usada para atingir a população, que hoje mesmo os ônibus estão aí – falando bem o brasileiro – diminuindo a velocidade na operação tartaruga, e talvez isso aí siga se não achar um acordo. E a classe rodoviária não pode perder com isso, a classe rodoviária tem que ter o seu apoio, tem que ter o seu salário digno para poder exercer a sua profissão. E eles não estão tendo um salário digno pelas cobranças que sofrem no dia a dia, como já falei, pela carga horária, pelo estresse, que é esse trânsito tremendo, tendo que passar aquele dia ali. Quando chega em casa, chega estressado até com a família, que não tem nada a ver com isso, mas a gente acaba descarregando na própria família. Eu quero dizer que estou sempre com a classe rodoviária e vou trabalhar, cada vez mais, sempre unido com eles e jamais vou virar as costas para os meus colegas rodoviários, pois me orgulho muito de ser motorista.

E sobre esse assunto de usar boné em shopping, aquela situação toda, com certeza as pessoas têm que ter respeito por todos. Não é porque o cara está de gravata, de paletó que o cara é diferente daquele que está mal-arrumado, que está usando boné... Eu acho que cada um usa o que achar melhor, a pessoa é livre para usar a roupa que quer: se quer usar boné, usa; se quer usar chapéu, usa. Acho que as pessoas têm que ter o respeito, não é por estar usando gravata ou paletó ou por estar de chefe de um setor que vai tratar alguém mal, ou então vai fazer uma crítica, como a nossa Ver.ª Fernanda acabou de falar, sobre o racismo. Eu nem gosto de falar sobre isso, Fernanda. Isso parece que já passou, mas, a cada dia, as coisas vêm para nós como se estivesse começando o racismo. Isso, para mim, é uma vergonha como ser humano. Com certeza, tem que haver respeito das pessoas umas com as outras, assim, a nossa população vai viver cada vez melhor se houver respeito.

Deixo um abraço a todo o pessoal e à minha classe rodoviária. Estou junto com eles sempre, para o que der e vier. Obrigado, Presidente.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): Informo que foram encaminhadas à Casa o PLE nº 058/13, o PLE nº 001/14 e o PLE nº 002/14.

 

(O Ver. Delegado Cleiton assume a presidência dos trabalhos.)

 

O SR. PRESIDENTE (Delegado Cleiton): O Ver. Professor Garcia está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. PROFESSOR GARCIA: Obrigado, Ver. Delegado Cleiton, Vice-Presidente desta Casa. Quero dizer que fui, representando a Câmara Municipal, ao Congresso Mundial de Educação Física, realizado em Foz do Iguaçu, do dia 10 de janeiro até o dia de hoje, e coordenei o XII Fórum de Educação Física do Mercosul. Lá, tivemos reuniões importantes, com a participação do Ministério da Saúde do Brasil e do Ministério da Saúde da Argentina, quando foi feita uma abordagem sobre matriz mínima curricular das diversas profissões da saúde. No Brasil, desde 1997, a Educação Física é uma das 14 profissões que são reconhecidas como da área da saúde. E essa discussão está sendo feita no Mercosul. Aliás, no Mercosul, todas as ações só são validadas quando existe o consenso de todos os países; se um país não tem consenso, aquele assunto não é votado e, mais adiante, ele volta à pauta de discussão. De lá saiu um indicativo que passo a ler. (Lê.): “Reconhecimento da Educação Física como profissão da área da saúde. Os participantes do XII Fórum de Educação Física do Mercosul, realizado nos dias 12 e 13 de janeiro de 2014, promovido no 29º Congresso da Federação Internacional de Educação Física – FIEP, ocorrido no Hotel Bela Itália, em Foz do Iguaçu/PR – Brasil: CONSIDERANDO os vários estudos que sustentam cientificamente a relação direta entre atividade física e saúde, levando ao entendimento e demonstrando que a falta de saúde está associada, em muitos casos, ao sedentarismo, além de fatores econômicos, sócio culturais e ambientais; CONSIDERANDO as doenças crônico-degenerativas, agravadas ou decorrentes da inatividade física já se manifestam em vários grupos etários e, devem ser enfrentadas como questão de saúde pública; CONSIDERANDO ser imprescindível priorizar iniciativas que visem a melhoria do bem-estar dos indivíduos e a redução de casos de doenças, por meio do incremento da prática de atividade física centrada na aquisição de hábitos e estilos de vida ativos; CONSIDERANDO a responsabilidade dos órgãos competentes pelas políticas públicas de Saúde sobre a importância da inclusão da atividade física no conjunto dos seus programas e das ações sob sua gestão; CONSIDERANDO ser imperioso que as atividades físicas sejam orientadas por profissionais de Educação Física, devidamente habilitados, para que os praticantes sejam atendidos com segurança o que certamente contribuirá para a saúde pública, levando a redução dos gastos com tratamentos e internações hospitalares. RECONHECEMOS a Educação Física como uma profissão da área da saúde envolvida com a promoção, prevenção, proteção e reabilitação da saúde*; podendo atuar em instituições, órgãos públicos e privados de prestação de serviços que envolvam a atividade física ou o exercício físico, incluindo aquelas responsáveis pela atenção básica à saúde, onde poderá atuar nos três níveis de intervenção (primária, secundária e terciária). NESSE SENTIDO, por meio deste documento, os delegados da FIEP, presentes no XII Fórum de Educação Física do Mercosul, PROPÕEM que todos os países que compõem a América Latina reconheçam a Educação Física como profissão da área da saúde.” Este documento foi assinado pelos Delegados do Brasil, Uruguai, Argentina, Paraguai, Chile, Venezuela, Colômbia, El Salvador, México, Honduras, Nicarágua. Esses são os países signatários.

Quero dizer uma novidade: que todos os países se comprometeram neste ano de 2014 realizar fórum para a discussão da inclusão da Educação Física como profissão também da área da saúde. Não só no Brasil, como já existe desde 1997, mas em todo continente latino-americano. Esse era o meu relato.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Delegado Cleiton): Obrigado, Vereador.

 

(O Ver. Professor Garcia reassume a presidência dos trabalhos. )

 

O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, acabam de ser encaminhados à Casa alguns projetos de origem do Executivo, um dos quais merece desde já minha melhor atenção, aquele em que o Município transfere mais um imóvel para a Caixa Econômica Federal realizar os projetos incluídos no programa Minha Casa, Minha Vida. Esses projetos, como se sabe, têm uma parceria do Departamento Municipal de Habitação, que utiliza seu corpo técnico qualificado para fazer a licitação e escolher a empresa que irá executar o programa, e, mais do que isso, promove a seleção dos moradores dos prédios resultantes da aplicação deste recurso.

Eu tenho, Sr, Presidente, ao longo do tempo, em sucessivos pronunciamentos, mostrado a minha grande preocupação pelo grande número de áreas que o Município têm colocado à disposição da Caixa Econômica Federal, de forma expressa e documental, sem que tenha ocorrido até o presente momento a construção dos imóveis em número proporcional a essa contribuição enorme do Município, que diferentemente do que ocorre na maioria do território brasileiro, desonera o investidor do custo do terreno. É uma forma de subsidiar a habitação popular, subsidio esse que é complementado com o pagamento direto ao empreendedor de um percentual significativo do investimento feito, numa prova indiscutível do comprometimento do Município de Porto Alegre com os programas de habitação popular. Mas o que ocorre, Sr. Presidente, e que pede todo esse esforço, é que, até agora, o número de investimentos efetivamente realizado tem sido torpedeados por várias situações concretas, entre as quais uma rançosa regulamentação de alguns dispositivos da Lei Municipal que institui, Ver. Alberto Kopittke, o Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano, e da Lei Municipal, que instituiu a demanda habitacional prioritária. Hoje, se nós não vermos alterados alguns dos comportamentos com base, inclusive, em equação direta do Ministério Público; se nós não alterarmos esse comportamento; se nós não reduzirmos o grau de exigência que se faz para a execução desse projeto, nós corremos o risco de ver acentuado o que hoje já ocorre com a transferência desses empreendimentos para outros Municípios da Região Metropolitana, nomeadamente, Viamão, Alvorada e Cachoerinha, onde a quantidade de imóveis construídos hoje se assemelha ao que é construído em Porto Alegre, cidade que tem uma população e uma carência muito maior do que esses Municípios também carentes.

Então, Sr. Presidente, no dia de hoje, inaugurando essa nova etapa da nossa Comissão Representativa que reduz o tempo regimental de dez para cinco minutos, reproduzindo o comportamento de outras oportunidades, esse meu pronunciamento é para acentuar esse fato. O que me preocupa sobremaneira são centenas de milhares de metros quadrados de áreas disponibilizadas à Caixa Econômica Federal para aplicação desses projetos. E o que tem ocorrido, no mais das vezes, é que na tramitação necessária e obrigatória para o licenciamento dos projetos, esses fiquem trancados em algum ranço, eu repito, que precisam ser urgentemente afastados. Falo com a ênfase necessária, porque, muitas vezes, dizem que isso é interpretação da lei. Eu diria que isso não é interpretação da lei, é uma má interpretação. A pretexto de se interpretar, tenta-se fazer uma legislação nova, diversa daquela que foi objeto de amplos debates, Ver. Garcia, nesta Casa, durante a votação do Plano Diretor, em que ficou plenamente acentuado que uma das diretrizes do Plano é o compromisso com a habitação popular. Então, não cabe criar-se outras instâncias para dificultar o cumprimento desse objetivo consagrado na Lei Municipal do Plano Diretor e absolutamente necessário em uma cidade que vê por essa rigidez na liberação dos projetos crescer cada vez mais as áreas irregulares e clandestinas. Era isso, Sr. Presidente.

(Não revisado pelo orador.)

O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): Obrigado, Ver. Reginaldo Pujol. O Ver. Alberto Kopittke está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. ALBERTO KOPITTKE: Muito bom-dia, estimados colegas aqui presentes, nosso novo Presidente Professor Garcia, a quem tenho a honra de acompanhar na Mesa Diretora. Eu tive a oportunidade, nesses quatro últimos dias, de representá-lo na Presidência desta Casa. Foi uma imensa honra ter essa oportunidade no meu segundo ano de mandato. Nesse período acompanhei o Sr. Prefeito Sebastião Melo na abertura da Feira de Frutas em Belém Velho, um espaço importante em que vários colegas inclusive me falaram de um tema que será trazido aqui para a Casa, nosso sempre Prefeito Villela, que será a reconstituição da área rural de Porto Alegre naquela faixa de produção da agricultura familiar. Então, foi um momento especial. No dia de ontem - e este é o relato em que quero me aprofundar um pouco mais -, eu fiz praticamente uma aventura com o nosso colega Marcelo Sgarbossa - Ver.ª Fernanda Melchionna, e eu sei que a Vereadora é adepta, mas só não anda mais de bike por causa da coluna, mas sei que, assim que se recuperar, ela estará nas ruas novamente. O Ver. Janta já se comprometeu comigo de este ano assumir o ciclismo também. Ontem, me dispus com o Sgarbossa, na condição de Presidente, de vir da minha casa, no bairro Jardim Botânico, exatos seis quilômetros daqui, de bicicleta, passando pela Av. Ipiranga, que, num primeiro trecho, não tem sequer ciclovia, e, depois, inicia a ciclovia.

 

O Sr. Clàudio Janta: V.Exa. permite um aparte?

 

O SR. ALBERTO KOPITTKE: Colega Janta, nosso novo ciclista, posso ouvi-lo.

 

O Sr. Clàudio Janta: Mas antes eu tenho que emagrecer, não é? Haja bicicleta para aguentar o corpitcho! O Delegado Cleiton me sugeriu que a gente compre aquelas duplas, ele pedala, e eu guio. Vamos começar semana que vem! Obrigado.

 

O SR. ALBERTO KOPITTKE: Mas, aí, é ele quem vai emagrecer! Mas o que me preocupa não é a bike aguentar, o problema é o tamanho da ciclovia, que é muito estreito. É isso que me preocupa, e isso eu não sei como resolver.

E esse é o grande problema que nós constatamos.

Na verdade, a ciclovia – e eu saúdo o esforço feito para iniciá-la – já está há dois anos em obra, e me parece, tive a oportunidade de constatar na vida real, no dia de ontem, que ela está ali, praticamente, para desestimular os novos ciclistas. Ela não é prática, não é funcional.

O ciclista a todo momento tem que enfrentar uma barreira. Ele tem que mudar de lado na Av. Ipiranga; se ele seguir a lei do trânsito, ele tem que descer da bicicleta, caminhar uma quadra. Imaginem se a gente tivesse que ir mudando de lado, para ir para o outro lado, seguir em frente, ter que empurrar o carro nesse caminho, por uma quadra, e seguir viagem. Não é prático! E é isso que os ciclistas enfrentam, além dos problemas, buracos.

O asfalto na frente da RBS, naquele primeiro trecho, já está com sérios problemas, e tudo isso eu passei, ontem, ao Diretor Cappellari, como as cercas caindo. Mas que ela continue, que ela se expanda com condições. E na Av. José do Patrocínio, também, temos problemas sérios, perigosos, nas passagens de faixa. Tem sinaleira para bicicleta que demora três minutos, e, depois, o ciclista tem sete segundos para atravessar. Ele é penalizado. A Cidade ainda está dizendo que ele não deve andar ali.

Então, nós precisamos, realmente, incorporar essa nova cultura, que seria uma outra cidade. Isso não é uma visão atrasada, uma visão já defasada dos tempos modernos.

Quero lembrar, aqui, que as maiores cidades do mundo estão fazendo essa migração, mas de verdade, realmente priorizando essa nova cultura e investindo nela. Não dá para fazer ciclovia só com contrapartida. Ou a Prefeitura aplica o Plano Cicloviário, ou me parece que são recauchutagens ali, paliativos que não mudam a cultura da Cidade. Acho que é um tema muito importante. Quero agradecer ao colega Sgarbossa essa oportunidade; ele, que é um cicloativista; a todos os movimentos sociais essa oportunidade, ontem. E, logo depois, fui à assinatura dos financiamentos, também representando o Professor Garcia, a nossa Casa, para as obras de mobilidade. Parece contraditório com o que eu falei, mas não é, até porque a diretriz central desses financiamentos que foram dados pelo PAC Mobilidade e o PAC Grandes Cidades é a mobilidade urbana, e é por isso que o centro dessas obras, que nós aplaudimos, são os BRTs, conforme está sendo feito em todas as cidades que vão sediar a Copa do Mundo, ou dos VLTs, que seria uma tecnologia ainda mais avançada que a Cidade poderia optar.

No que diz respeito a essas obras – e isso eu transmiti ao Prefeito –, independente de fazer parte da oposição, existia algo que nos unia ali, que é o novo momento deste País. Eu relembrei ao Prefeito Fortunati, que já foi gestor em outro momento, que os gestores tinham que ir a Brasília com o chapéu na mão e, muitas vezes, eram recebidos por cachorros na Esplanada dos Ministérios e, normalmente, voltavam com o chapéu vazio. Eram raras as vezes que um Prefeito conseguia 20 milhões, 30 milhões de financiamento; de investimento, então, nem se fala. E agora Porto Alegre está recebendo, graças a este novo Brasil, assim como outras 110 cidades do Brasil; hoje o Brasil é o segundo País do mundo em obras de mobilidade urbana. É preciso dizer isso, porque isso não aparece nos jornais. Isso não está na capa do jornal Zero Hora, do jornal Folha de São Paulo ou do Estadão, não é notícia do Jornal Nacional, parece que o País é outro; mas ontem nós fomos lá saudar, sim, este novo País de que Porto Alegre também faz parte neste momento, recebendo R$ 800 milhões totalmente subsidiados em juros, em prazo, por parte do BNDS, através da Caixa Econômica Federal, por meio do Programa PAC, da Presidenta Dilma.

Então, sejam bem-vindas essas obras, principalmente aquelas que, efetivamente, priorizem o transporte público e que os nossos rodoviários, que hoje, mais uma vez, estão se manifestando, eles que realmente dirigem essas locomotivas na nossa Cidade, que seja valorizado, efetivamente, um transporte mais humano e mais coletivo para que esta seja uma nova Cidade no futuro. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): Obrigado, Vereador. O Ver. Clàudio Janta está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. CLÀUDIO JANTA: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, eu queria emendar aqui o coro iniciado pelo Ver. Alberto Kopittke e dizer que hoje acordamos com esta boa notícia: o nosso Prefeito assinou, ontem à tarde, junto com o Governo, a liberação de R$ 424 milhões, que chegam para as obras da nossa Cidade. A população de Porto Alegre já estava apreensiva, porque era nítido que essas obras, que dependem exclusivamente de recursos da União, estavam paradas, ao exemplo do Complexo da Rodoviária, do Viaduto São Jorge, do complexo em torno do Beira-Rio, obras de mobilidade urbana que vão ajudar, com certeza, e muito, a população de Porto Alegre. Hoje, nesses locais, há uma dificuldade imensa de se mexer.

Ontem, quando fui à Sapucaia, tive o prazer de inaugurar a minha passagem pela Rodovia do Parque. Quando chegava em Porto Alegre, me chamou atenção que a gente vem em cinco pistas, e, chegando na entrada de Porto Alegre, na Ponte do Guaíba, passamos para duas, o que causa um grande transtorno e engarrafamentos, como a gente vê todas as manhãs. Eu acho que é uma nova obra de mobilidade que a nossa Cidade terá que fazer, apesar de acharmos que teríamos que diminuir um pouco o número de carros que entram no Centro de Porto Alegre, investindo mais em transporte de massa, como aeromóvel e ônibus. Mas saudamos aqui os recursos que virão com a duplicação da Av. Tronco e, principalmente, os recursos que virão para concluir os corredores de ônibus, que dificultam o acesso das pessoas às suas casas. Estamos num período de férias das faculdades, das escolas, há vários órgãos públicos em recesso, mas já se veem, no horário em que as pessoas têm que ir ou voltar do Centro, dificuldades de andar nessas avenidas onde os corredores não estão prontos ainda. Então, nós queremos saudar essa iniciativa da União, da nossa Prefeitura, do nosso Prefeito, que não mediu esforços. Muitas vezes, as pessoas – no Interior a gente vê muito isso – criticam o Prefeito, o Vereador de ir a Brasília, mas os recursos cada vez mais estão centralizados em Brasília, cada vez mais os recursos estão nas mãos da União. Então, o nosso Prefeito fez a lição de casa, foi a Brasília e trouxe mais de R$ 400 milhões para as obras que vão melhorar o trânsito, melhorar a mobilidade urbana na cidade de Porto Alegre. Em nome do nosso Partido, queremos saudar a Prefeitura de Porto Alegre que traz esse investimento, reativando o grande canteiro de obras que está a nossa Cidade. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): O Ver. Idenir Cecchim está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. IDENIR CECCHIM: Obrigado, Presidente. Eu estava aqui, Ver. Villela, lendo os jornais e vi que o PTB cancelou a reunião com o Governador Tarso para definirem o vice. Eu não quero me meter nos outros partidos, Ver. Janta, não devo, e não vou fazer isso, apenas estou fazendo uma constatação. Eu acho que o Secretário Busato tem que sair correndo deste Governo, porque ele botou a mão no fogo pelos seus três Diretores, disse que eles eram de confiança, e o Governador Tarso demitiu os três! Acho que o PTB, Partido que é da base aqui do Governo, também, e os nossos valorosos companheiros Vereadores já poderiam dar uma saída desse barco do Tarso, porque foram desmoralizados, com todo o respeito. Os culpados têm que ser buscados no Partido em que estiverem, mas do jeito que está sendo a coisa, eu acho que o PTB não tem mais nada a fazer neste Governo do Tarso Genro. E, como eles têm nomes importantes, até podem lançar a candidato a Governador, a que quiserem, fazer as alianças que quiserem. Não cabe a este Vereador fazer críticas, eu só quis fazer uma constatação do desrespeito que ele tem com esses aliados do Governador. Eu não sei quem tem culpa, mas essa confusão fica mal até para fazer leitura.

Sr. Presidente, vejo que está aí a nossa diretora do barco Cisne Branco. Eu encontrei e tive a oportunidade de conversar não só com a diretora mas também com as pessoas proprietárias desse barco, e estamos, há muitos anos, com o Cisne Branco sendo praticamente o único barco que leva a população, que não tem lancha, para ver Porto Alegre lá de dentro do rio. Então, não tem esse negócio de que o Cisne Branco é particular! Ver. Bernardino, se V. Exa. estava preocupado de que é um serviço particular - não é particular! O serviço é público. E o Cisne Branco prestou um grande serviço para a cidade de Porto Alegre. E não temos que só pensar, temos que agir. O Palácio Piratini até hoje não disse e nem mostrou quem são as “laranjas espanholas”! Eu estou pedindo, há dois anos, para saber quem são as “laranjas espanholas” do Cais. Está na hora do Governo Estadual contar quem manda lá, quem é a empresa, quanto cada um botou? Isso é público. A Prefeitura fez a sua parte autorizando a construção desses índices que vão embelezar; realmente, não dá para fazer só em cima de barracões, tem que fazer hotel, centro de eventos, tudo, mas tem que se saber quem são os donos disso! E o Palácio Piratini não diz nada! Agora, a única coisa que sai no jornal e que se sabe é que querem tirar o Cisne Branco. Mas ele não atrapalha tanto assim! Ao contrário, presta um serviço para a Cidade e prestou há tantos anos! Até para terreno abandonado tem usucapião. Agora, um barco que presta um serviço desses recebe uma notificação para dali 30 dias sair fora! Mas o que é isso? E o diabo do respeito? Isso não é um desrespeito aos proprietários do barco, é um desrespeito com a cidade de Porto Alegre que quer usar o rio, que tem que usá-lo e precisa urgentemente - ele é maravilhoso! Ou o lado de lá do muro não pertence à Cidade? Pertence a Cidade, sim! Aliás, esse muro podia cair também, porque não vai fazer diferença. Se a água deixa de entrar no Centro, vai entrar lá em Ipanema e lá não tem dique. E tem entrado. Lá na avenida, quando o rio sobe, com o vento sul, a água invade. Então temos muito mais recursos do que os de 1940 e poucos quando entrou no Centro da Cidade; ali tem gente que se protege. Nós temos que preservar as belezas que nós temos para o lado de lá do muro e uma das belezas é o barco Cisne Branco. Essa é uma beleza que nós temos do outro lado do muro e que mostra a Cidade de dentro do rio para quem quiser embarcar, uma pequena passagem consegue fazer esse caminho de dentro do rio para cá. Vamos aproveitar que o Ver. Alberto Kopittke voltou aqui, ele tem um trânsito bom no Piratini e poderá fazer essa intervenção, conversar com as pessoas e trazer aqui, para esta Câmara, uma boa solução, que eu tenho certeza que vão encontrar. Esses proprietários, não sei se são espanhóis, mas acho que são “laranjas espanholas” - saber quem são. Porque a primeira atitude, mal começaram a derrubar os barracões velhos, foi suspender a atividade do barco Cisne Branco. Tem que achar um local de onde sai o catamarã, logo à frente, logo atrás, eu não entendo disso, mas de uma coisa todos nós entendemos: o Rio Guaíba é uma graça que Deus deu a Porto Alegre e nós estamos tratando com desprezo. As coisas que acontecem para o lado de lá do muro, principalmente o barco Cisne Branco, precisa, deve e tem que ter mais respeito do Poder Público. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): O Ver. Alberto Kopittke está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ALBERTO KOPITTKE: Eu tomo a liberdade aqui, na nossa Reunião de janeiro, que é um período importante, em que as coisas continuam funcionando, a Cidade continua funcionando. Eu sempre escuto, com muita atenção, o Ver. Cecchim, pela qualidade das questões que coloca, um opositor. Eu acho que ele deveria estar na Assembleia; quero fazer propaganda para o senhor ir para a Assembleia, já que o senhor sempre fala aqui sobre o Estado, sobre o Governador Tarso; acho que nenhum outro Vereador cita mais o Governador Tarso que o senhor. Eu agradeço, inclusive, a propaganda ao nosso Governador e quero lhe sugerir que busque a Assembleia para discutir os temas do Estado, acho isso muito bom. Sobre isso podemos dialogar bastante: as ações que o Governo Rigotto fez - quer dizer, não fez - sobre o Cais do Porto, não me lembro do que se passou, no Governo Simon, o PMDB teve vários Governos aqui. Não me recordo de ações do Senador Simon, inclusive que está no Senado há algumas décadas. Enfim, acho que é um tema importante para o PMDB se organizar, o PMDB, que tem a defender a bandeira dos pedágios do Governo Britto. Eu sei que isso causa uma comoção interna do PMDB do Rio Grande do Sul, o vínculo com as empresas de pedágios, com as concessionárias que o Governo Britto deixou para o Estado. Eu sei que lastimo muito. Inclusive, eu achei que o Ver. Idenir Cecchim, sempre preocupado com os temas do Governo do Estado, ia falar aqui da chegada da SAMU, dos novos investimentos da EGR para os 38 carros de bombeiro, mas não é isso. Acho que é um tal vínculo com a iniciativa privada que, às vezes, as coisas boas que fortalecem o Estado e o Poder público ficam esquecidas, mas a população sempre saberá avaliar os projetos, quem realmente defende, e o senhor pode ter certeza de que o Governador efetivamente atrasou as obras do cais no primeiro ano do seu mandado, principalmente, porque foi revisar as condições contratuais da Governadora Yeda, que o senhor apoiou, de cujo Governo fazia parte, que foi quem fez a contratação dos famosos espanhóis, inclusive por parte de um gestor famoso, que agora se encontra na Prefeitura de Porto Alegre, que foi buscar os tais espanhóis, e o Governo do Estado não teve o que fazer. Uma vez que nós tínhamos um contrato assinado, nós não somos de rasgar contratos; nós terminamos com os contratos quando eles podem ser terminados, como fizemos com os pedágios, e efetivamente o senhor pode ter certeza de que, se houver algum erro por parte da atual empresa, ele será terminado. Nisso, o Governo Tarso não hesita e faz, porque, no nosso vínculo com a iniciativa privada, nós não trabalhamos para a iniciativa privada nos nossos governos, trabalhamos para o interesse público. E eu tenho certeza de que a obra está sendo muito bem fiscalizada, vai acontecer, e é bom que aconteça, é bom que venham empresários, desde que de forma clara, transparente. Eu não sei se o senhor é contra os empresários que estão investindo no Cais do Porto. Surpreendeu-me, inclusive, essa fala, pareceu-me até démodé, vinda do senhor, porque eu acho que os empresários e os investidores que querem trazer bons projetos e de forma transparente para o Estado, são muito bem-vindos. É isso que está acontecendo no Cais do Porto e vai acontecer. Agora, efetivamente, as obras começaram. A gestão do Governador Tarso vai ter a marca efetivamente do Cais do Porto se transformar, e nós estaremos acompanhando, com muita alegria esse processo e cobrando, fiscalizando, porque, se tiver que romper um contrato com base jurídica, isso sempre será feito, porque o que nos orienta é o interesse público e não o interesse privado como outros governos, que passaram aqui pelo Estado, já fizeram. Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): O Ver. Bernardino Vendruscolo está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Presidente da Casa, Ver. Professor Garcia; Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, eu só retorno à tribuna para dizer aos Vereadores e ao Ver. Cecchim, da minha preocupação primeira dessa possibilidade, que eu acho muito remota, de inviabilizarem o Cisne Branco. Claro, faço o registro de que é uma instituição particular, mas que está vinculada a esta Cidade há quase 40 anos. Então, Ver. Cecchim, eu quero cumprimentar aqui a Adriane, que vem representando o Cisne Branco, e os demais Vereadores também, o Ver. Janta muito atento me convida e me autoriza a convidar os demais Vereadores para propor uma lei municipal transformando o Cisne Branco em patrimônio cultural da Cidade. Eu acho muito louvável isso, Ver. Janta, porque uma instituição, como diziam meus parentes lá de Iraí e de Frederico: “Solita há tantos anos”. Agora, nós estamos vendo o catamarã com as instalações e tendo uma autorização pública para fazer a exploração de transporte, o que é louvável também. Registro que o Grêmio Náutico também usa o local para transportar seus associados e convidados. Eu acho que há uma maneira, Ver. Pujol, só para que V. Exa. tome conhecimento: a direção do Cisne Branco recebeu uma notificação dando prazo de 15 dias para parar de operar por várias razões alegadas pela empresa que administra hoje o Cais, que é o Cais Mauá do Brasil S.A. – que o Ver. Cecchim diz que ela não é espanhola, ela é gaúcha. Bom, esse é um outro detalhe que eu não tenho conhecimento, mas respeito; o Vereador traz informações, e nós temos que respeitar. Inclusive, lá na minha Cidade, temos a Festa da Laranja, e um dia vou convidá-los, lá fazem muito doce com laranja.

Mas, Presidente, a seguir V. Exa. vai receber a representação do Cais Mauá, onde a Adriane lhe entregará essa notificação que recebeu. E trago, Ver.ª Fernanda, a pedido do Ver. Janta, esse convite para que os Vereadores que quiserem, evidentemente, assinem esse projeto que transforma o Cisne Branco em Patrimônio Cultural da Cidade. Eu acho louvável, pois tem toda uma história, e nós precisamos garantir, sim, a possibilidade de se manter o Cisne Branco. Até quero fazer o registro de que, em 2010, vários Vereadores daqui, nós, quando fazíamos aquele trabalho, antes de aprovar a lei que deu condições para viabilizar a revitalização do Cais do Porto, usamos o Cisne Branco para fazer um passeio na Cidade. E nós ali fizemos um levantamento, inclusive havia representações de empresas interessadas, e em nenhum momento se disse “olha, o Cisne Branco vai ter que ficar quatro, cinco anos aguardando a conclusão das obras do Cais Mauá para, posteriormente, voltar a operar”. Então, as alegações de segurança e outras que há nesse documento podem, sim, ser contornadas, até porque, se nós temos uma estrutura que está abarcando – e nós a louvamos –, por que não fazer um uso compartilhado provisoriamente com aquele barco que faz o transporte do Grêmio Náutico União e até mesmo com o catamarã? Não vejo porque não! O que nós não podemos é simplesmente aceitar essa violência da empresa que até então não havia sinalizado isso. Quer dizer, uma entidade como o Cisne Branco, que opera há quase 40 anos, recebe uma notificação dando o prazo de 15 dias para parara de funcionar, eu acho que é uma agressividade, é um desrespeito até com a Cidade, não só com a empresa.

 

(Aparte antirregimental do Ver. Reginaldo Pujol.)

 

O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Essa notificação veio da própria empresa. Quem assina é o Diretor-Presidente do Cais Mauá do Brasil S.A., dando o prazo de 15 dias para que o Cisne Branco pare de trabalhar, pare de fazer o seu trabalho do dia a dia em razão de questões de segurança – as razões são várias –, e também por causa da reforma e tal. Mas eu acho, Ver. Pujol, que há um exagero, que é possível, sim, contemplar e viabilizar a continuidade desse trabalho. Obrigado, Presidente.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, eu recebo do nosso querido Ver. Bernardino Vendruscolo uma cópia do documento em que ele se baseou para fazer o seu comentário, que é uma notificação sobre a continuidade das operações do barco Cisne Branco no complexo Cais Mauá.

Eu perguntei se era uma notificação extrajudicial ou judicial e ele não me respondeu, até porque a pergunta era antirregimental, e eu não podia fazer apartes, mas fala essa proposição que a companhia recebeu com preocupação a informação contida no inquérito civil número tal, que tramita na Promotoria de Justiça de Habitação e Defesa da Ordem Urbanística de Porto Alegre, a respeito da suposta inexistência de autorização e licença para que o barco Cisne Branco...

Ver. Vendruscolo, tem muito o que se discutir sobre este assunto. Está na base do “suposto”. Judicialmente, com todo o respeito, isto não vale nada, não tem valor nenhum.

E eu quero dizer o seguinte: se o Cisne Branco tem alguma coisa de irregular, eu estou do lado deles para regularizar. Não, o que é isso?! O Cisne Branco está navegando aqui há dezenas de anos! Eu me lembro de fazer passeios turísticos nos anos 70 e nos anos 80, no Cisne Branco. Agora vêm me dizer que o Cisne Branco não tem autorização e que há problemas de segurança?! Não! O cidadão que assina é o Sr. André Verçosa Albuquerque, Diretor-Presidente do Cais Mauá do Brasil S.A., provavelmente se inspire em alguma outra legislação que não a brasileira; a brasileira não lhe dá essa possibilidade dessa notificação que eu diria extrajudicial, que teria que ser feita através do Cartório de Registros Especiais, e não o foi.

Então, Sr. Presidente, essa redução que fizemos no tempo para cinco minutos deixa-nos com esse tipo de problema. É que vêm aqui e falam várias coisas. O Ver. Alberto Kopittke, por exemplo, que agora é Vice-Presidente da Casa, veio aqui e fez um discurso que é complexo, porque ora ele fala nas virtudes do Estado – virtudes essas que ninguém está vendo neste Governo do PT, que é o pior Governo que o Rio Grande do Sul já teve – e lamenta que o nosso querido Ver. Idenir Cecchim tenha abordado o assunto, como se Porto Alegre e nós Vereadores, integrantes desta Câmara Municipal da Capital do Rio Grande do Sul estivéssemos impedidos de falar sobre o assunto Governo do Estado. Governo que vive da fantasia enganosa de uma propaganda custosamente obtida através de compra de espaços em rádios, jornais e televisão, onde se divulga um fato que por si só se desmente: há pouco se disse que o Rio Grande do Sul teria investimentos de R$ 2 bilhões neste ano, Ver.ª Fernanda Melchionna; aí, a própria notícia demonstra que só um terço tem a possibilidade de começar a ocorrer neste ano, o restante são projetos sobre os quais não se tem ideia de quando irão começar. E são projetos, todos, de empresas privadas. Empresas privadas, e, no discurso, o PT diz que é contra as empresas privadas. Eu tenho autoridade para falar nisso; eu sou a favor da empresa privada. Acho que o mundo está quebrado hoje, não é mais só o Brasil... Agora mesmo, comprovando o que estou dizendo, veio a notícia de que a Eletrobras, que é a maior empresa de eletricidade da América do Sul, também entrou em bancarrota, seus investimentos executados no ano de 2013 correspondem apenas a 25% do programado, Ver. Guilherme Socias Villela. E nós estamos num Estado onde o Governador Antônio Britto, para trazer para o Rio Grande do Sul a GM, recebeu as mais duras críticas que este Estado já viu serem feitas por uma oposição aguerrida, que era representada, na época, na Assembleia Legislativa, pelo Partido dos Trabalhadores.

Vereador-Presidente, cinco minutos é muito pouco tempo para falar de um governo tão ruim como este Governo Tarso Genro. É um governo péssimo. E eu não admito que seja comparado com o Governo Rigotto, com o Governo Britto, que foram muito, muito, muito melhores do que este; especialmente se comparar com o Governo Jair Soares, quando a lei era cumprida, pagavam-se dois salários mínimos e meio para os professores e não se fazia uma lei para depois negá-la e não cumpri-la. Era isso, Sr. Presidente. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): Obrigado, Ver. Reginaldo Pujol. A Ver.ª Fernanda Melchionna está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, eu já havia falado no período de Comunicações, mas este tema do Cais instigou-me a voltar a esta tribuna. Nós já estávamos assistindo, na realidade, à privatização do espaço do Cais. Os jovens da Defesa Pública da Alegria, em dezembro, organizaram uma festa, um evento, num local que era sempre público, aberto ao público, e, ao chegarem lá, estava uma empresa privada fazendo a segurança e dizendo que eles não poderiam utilizar aquele espaço que estava aberto até a semana passada. E disseram ainda que, agora, a empresa teria 25 anos para gerenciar um espaço que a vida inteira foi público, um espaço que recebeu Bienal, recebeu Feira do Livro, recebeu atos, mobilizações e atividades culturais da nossa juventude. Quando se fala sobre a privatização dos espaços públicos, nós temos, no caso do Cais Mauá, mais um exemplo. Depois, nesta semana, a derrubada de um armazém. Fui verificar junto ao EPAC, não era um armazém tombado, que é o B7 então não caberia uma denúncia jurídica porque o que é tombado deve ser preservado, que é do A1 ao B3, mas cabe uma denúncia política de que estão derrubando parte do patrimônio histórico e cultural daquele espaço do Cais. Quando o Projeto de Lei veio para cá, em 2009, teve nosso voto contrário, uma vez que trata de privatizar um espaço importante do Cais, como a questão de shopping center, estacionamento, enfim, dos espigões ao lado da rodoviária, mas naquele momento havia um debate de que os armazéns seriam preservados. Pois derrubaram um dos armazéns. Agora querem privatizar também o rio porque a empresa Cais Mauá Brasil S. A. agora se acha com a outorga e o direito de dizer o que pode e o que não pode no nosso Rio Guaíba. É muito acinte. É muita privatização dos espaços públicos, primeiro do Cais e agora também do rio. Absolutamente inaceitável, me parece que isto é claramente ilegal, que cabe a contestação jurídica e política desse ato da empresa que se considera dona também do rio. Infelizmente nesse negócio de parceria público privada, que começou com o Governo Yeda, e que foi chancelado pelo Governo Tarso Genro, o povo sai perdendo, porque eles já trataram de privatizar inclusive o acesso ao cais, mas não podemos aceitar que tratem também do rio como um objeto privado. Eu, igual, quero seguir discutindo a questão do cais, é um espaço que foi sempre público e utilizado pelo povo de nossa Cidade, e nós lutaremos pela devolução daquele espaço à Feira do Livro, à Bienal, às atividades culturais, ao chimarrão da nossa população.

Por fim, queria também entrar no debate estadual. Acho que o problema do Governo Tarso Genro, Ver. Reginaldo Pujol, se parece cada vez mais com o Governo Rigotto e com o Governo Britto, tanto na sua forma de fazer política, porque os mesmos métodos levam aos mesmos resultados, são as alianças espúrias acima de qualquer ideologia. O Estado, pasmado diante de R$ 12 milhões roubados, e deflagrada a operação kilowatt, a primeira ação do Governo é dizer que o PTB fica. O PTB é um partido envolvido nos esquemas de corrupção da Procempa, da Secretaria Municipal de Saúde, no caso de Porto Alegre, envolvido neste caso no Governo do Estado, porque dois dos afastados eram do PTB, envolvidos com Roberto Jefferson, Collor de Mello, enfim, em âmbito federal. E vemos que no Governo Tarso Genro, a primeira reação, antes de qualquer investigação, é defender o Partido e dizer que a Pasta segue com o Secretário Busato, o mesmo que está tentando deslegitimar as investigações da polícia. Ao mesmo tempo, para o sucateamento da Educação, a crise em que vivem as escolas hoje no Rio Grande do Sul, evidenciada pela falta de professores e falta de investimentos em educação, o Governo trata de tentar intervir fazendo sindicâncias e fazendo uma verdadeira caça às bruxas naquilo que é uma consequência da falta de investimentos em educação, como é o caso da Escola Julinho - eu estive lá dando solidariedade ao diretor e mobilizando junto com a comunidade escolar para defender a educação pública e mais investimentos para a educação.

Vejo que o problema é, na verdade, cada vez mais, a sua semelhança com esses governos. Lutei muito contra as privatizações do Governo Britto, que foram uma devastação neoliberal no nosso Estado, quando privatizou a CEEE, privatizou a CRT, e foi justamente quando comecei a militar, com 14 anos - estava lá na linha de frente contra as privatizações -, e me entristece muito ver a rota que o PT tomou, que é assumir o mesmo velho método, o modus operandi da política do balcão de negócios, que leva a casos não só de corrupção como de falta de investimento público, que leva a políticas como a privatização do cais, e que leva a que nós estejamos numa luta para construir uma nova alternativa de esquerda para o Brasil.

Felizmente as jornadas de junho nos mostraram que os jovens e a população estão cada vez mais descontentes com essa política de balcão de negócios. E é fundamental que essa indignação se transforme numa plataforma política que, de fato, empodere e população e coloque o povo a controlar a política e a economia. Muito obrigada.

(Não revisado pela oradora.)

O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): Obrigado, Ver.ª Fernanda Melchionna. Não havendo mais inscritos, encerramos a presente Reunião Ordinária. Estão encerrados os trabalhos da presente Reunião.

 

(Encerra-se a Reunião às 11h44min.)

 

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